CONSTRUINDO O FUTURO
As áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (CTEM ou STEM em inglês) são consideradas fundamentais para o Futuro do Trabalho dado os avanços de tecnologias como Inteligência Artificial, Robótica, Internet das Coisas e muitas outras que compõem a 4ª Revolução Industrial.
Estarmos preparados como sociedade para esse futuro implica termos oportunidades de Educação e Trabalho para todos os grupos sociais de forma que a construção desse futuro seja tão plural quanto queremos.
MIND THE GAP
A distância entre negros e brancos, mulheres e homens e pobres e ricos tanto no que diz respeito ao acesso ao ensino superior e mercado de trabalho moderno quanto, em especial, na inserção nas áreas de STEM é grande em países desiguais como o Brasil.
A análise da situação atual dessa distância entre os grupos sociais bem como a criação de iniciativas que auxiliem na redução desse espaço é fundamental para avançarmos no sentido de uma sociedade mais igualitária.
59 ANOS
para atingirmos a Igualdade de Gênero na América Latina, estimado pelo Fórum Econômico Mundial
A Igualdade de Gênero em STEM pode ser medida de diversas maneiras.
Na análise que apresentamos aqui, buscamos medir a Igualdade de Gênero no Mercado de Trabalho e no Ensino Superior.
Utilizamos dados sobre o Mercado de Trabalho formal para entender como se dá a distribuição de trabalhadores por gênero nas ocupações consideradas STEM.
Do ponto de vista da Educação, vamos analisar os dados sobre a Graduação no Brasil para entender como está a inserção das mulheres nos cursos STEM.
Mercado de Trabalho
Força de Trabalho por Gênero
Os gráficos acima mostram a distribuição por gênero da força de trabalho formal brasileira.
Podemos ver que 44% do total da força de trabalho brasileira é composta por mulheres.
Observando as ocupações que não são consideradas STEM, o número permanece próximo ao da força de trabalho total com 45% da força de trabalho sendo feminina.
Já quando vamos para as ocupações STEM, a participação feminina cai para 31%.
Ocupações STEM com mais de 1.000 trabalhadores
Analisando apenas as ocupações STEM para entendermos melhor essa diferença, percebemos que das 246 ocupações STEM, 206 tem mais de 50% da sua força de trabalho composta por trabalhadores do sexo masculino e apenas 39 tem maioria feminina.
O gráfico acima mostra essa diferença para as ocupações com mais de 1.000 trabalhadores.
É possível observar que a maior parte das ocupações se encontram na faixa onde a força de trabalho feminina é menor do que 10.000 trabalhadoras.
Ensino Superior
Estudantes Cursando Ensino Superior por Gênero
Os gráficos acima mostram a distribuição por gênero dos estudantes cursando o ensino superior no Brasil.
Podemos ver que 56% do total dos estudantes é composto por mulheres.
Observando os cursos que não são consideradas STEM, o número sobe para 63% dos estudantes sendo mulheres.
Já quando vamos para as cursos STEM, a participação feminina cai para 30%.
Professores do Ensino Superior em STEM por Gênero
O problema da desigualdade de gênero passa também pela quantidade de professoras que lecionam nos cursos STEM.
Diferentemente dos estudantes em STEM, o problema aqui não é a baixa participação feminina, dado que, no geral, 51% dos professores das matérias STEM são mulheres. Contudo, apenas 4 das 20 matérias se encontram na faixa de paridade de gênero de 45-55% indicada como aceitável pelo SAGA Unesco.
É possível observar no gráfico acima como temos relativamente poucas professoras nas áreas de Astronomia, Física, Engenharia e Computação, onde o percentual de professoras fica na faixa de 20-30%.
Cursos STEM com mais de 1.000 estudantes
Analisando apenas as cursos STEM para entendermos melhor essa diferença, percebemos que dos 122 cursos STEM, 96 tem mais de 50% dos estudantes do sexo masculino e apenas 26 tem maioria feminina.
O gráfico acima mostra essa diferença para os cursos com mais de 1.000 estudantes.
É possível observar que a maior parte dos cursos se encontram na faixa onde a quantidade de estudantes do sexo feminino é menor do que 10.000.
20 Cursos STEM com mais Estudantes
Os 20 cursos STEM com mais alunos representam 87,7% do total de estudantes da área de STEM. Observando cada curso, vemos que apenas 3 dos 20 cursos estão na faixa de paridade de gênero (45-55%).
A desigualdade de gênero é mais acentuada nos cursos das áreas de Tecnologia da Informação e Engenharias. No curso de Redes de Computadores, as alunas correspondem a menos de 8% do total de estudantes e no curso de Engenharia Mecânica, o valor é de 10%.
24 ANOS
para atingirmos a Igualdade de Gênero em STEM no Ensino Superior brasileiro
Os dados sobre os cursos de Ensino Superior da área de STEM ao longo dos últimos dez anos de dados disponíveis (2010-2019) mostram que a participação feminina no total de alunos formados era de 29,5% em 2010 e passou para 33,7% em 2019, um aumento total de 4,2% no período ou, em média, 0,47% por ano.
Caso esse ritmo se mantenha, o patamar mínimo de paridade de gênero em STEM (45%) seria atingido em 24 anos.
Nos cursos não-STEM, também houve crescimento da participação feminina, de 64,2% em 2010 para 65,9% em 2019. O crescimento de 1,7% foi menor do que aquele percebido em STEM. De maneira geral, considerando todos os cursos, temos uma redução da participação feminina de 0,7%, passando de 60,9% em 2010 para 60,2% em 2019.
CATÁLOGO DE INICIATIVAS
Mostre como você está ajudando a aumentar a igualdade de gênero em STEM
No nosso primeiro estudo, estamos focando na análise da igualdade de gênero em STEM no Brasil através do levantamento de dados oficiais sobre o mercado de trabalho e o ensino superior e de iniciativas voltadas para essa questão.
Caso você faça parte da equipe de alguma iniciativa para igualdade de gênero em STEM, participe do nosso levantamento.
Estão disponíveis no catálogo as iniciativas que já se cadastraram. Continuamos recebendo cadastros, não deixe de participar para dar mais visibilidade à sua iniciativa e inspirar novas iniciativas que visem a igualdade de gênero em STEM.
QUEM SOMOS
Fale conosco
4.3 Até 2030, assegurar a igualdade de acesso para todos os homens e mulheres à educação técnica, profissional e superior de qualidade, a preços acessíveis, incluindo universidade
4.5 Até 2030, eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com deficiência, povos indígenas e as crianças em situação de vulnerabilidade